Dia 01/08/2015 foi o início da catequese e logo após belíssima Missa presidida pela Pe. José Ailton, os catequistas tiveram uma formação na qual o Catequista Dagilson tratou do tema Catequese, abaixo expomos resumidamente o documento proposto ao final da formação chamado: INTERVENÇÃO DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER DURANTE O CONGRESSO DOS CATEQUISTAS E DOS PROFESSORES DE RELIGIÃO.
Assim, pedimos que todos os catequistas e demais interessados possam acessar este documento por completo clicando aqui: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20001210_jubilcatechists-ratzinger_po.html
Segue resumo apenas introdutório ao documento que deve ser lido por completo para sua plena compreensão:
INTERVENÇÃO DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER DURANTE O CONGRESSO DOS CATEQUISTAS E DOS PROFESSORES DE RELIGIÃO
10
de Dezembro de 2000
A pergunta fundamental de cada homem é: como se realiza isto
tornar-se homem? Como se aprende a arte de viver? Qual é o caminho da
felicidade?
Jesus diz no início da sua vida pública: Vim para
evangelizar os pobres (cf. Lc 4, 18); isto significa: eu
sou esse caminho. A maior pobreza é a incapacidade de alegria, o tédio da vida
considerada absurda e contraditória.
I.
Estrutura e método na nova evangelização1. A estrutura
A Igreja evangeliza sempre e jamais interrompeu o caminho da
evangelização. Celebra todos os dias o mistério eucarístivo, administra os
sacramentos, anuncia a palavra da vida a palavra de Deus, empenha-se pela
justiça e pela caridade. E esta evangelização dá frutos: produz luz e
alegria, dá o caminho da vida a muitas pessoas;
Todos têm
necessidade do Evangelho; o Evangelho destina-se a todos e não apenas a um
círculo determinado, e portanto somos obrigados a procurar novos caminhos para
levar o Evangelho a todos.
Mas também se esconde nisto uma tentação a tentação da
impaciência, a tentação de procurar imediatamente o grande sucesso, de procurar
os grandes números. E este não é o método de Deus. Para o reino de Deus e a
evangelização, instrumento e veículo do reino de Deus, é sempre válida a
parábola do grão de mostarda (cf. Mc 31-32). O reino de Deus recomeça
sempre de novo sob este sinal. Nova evangelização não pode significar:
atrair imediatamente com novos métodos mais requintados as grandes multidões
que se afastaram da Igreja. Não não é esta a promessa da nova evangelização.
Nova evangelização significa: não acontentar-se com o facto de que do
grão de mostarda cresceu a grande árvore da Igreja universal, não pensar que é
suficiente que nos seus ramos muito diferentes as aves possam encontrar lugar
mas ousar de novo com a humildade do pequeno grão, deixando para Deus quando e
como crescerá (cf. Mc 4, 26-29). As grandes coisas
começam sempre do pequeno grão e os movimentos em massa são sempre efémeros.
Na
história da salvação é sempre Sexta-Feira Santa e, contemporaneamente,
Domingo de Páscoa...2. O método
Desta estrutura da nova evangelização deriva também o método
justo. Sem dúvida, devemos usar de modo razoável os métodos modernos para nos
fazer ouvir, ou melhor: para tornar acessível e compreensível a voz do
Senhor... Não procuramos escuta para nós não queremos aumentar o poder e a
extensão das nossas instituições, mas desejamos servir
o bem das pessoas e da humanidade dando espaço Àquele que é a Vida. [...]evangelizar
não é simplesmente uma forma de falar, mas uma forma de viver: viver em
escuta e fazer-se voz do Pai. "Não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que
tiver ouvido", diz o Senhor acerca do Espírito Santo (cf. Jo 16, 13). "Não falará de Si
mesmo" significa: falar na missão da Igreja...
Todos os métodos razoáveis e moralmente aceitáveis devem ser
estudados - é um dever fazer uso destas possibilidades de comunicação. Mas as
palavras e toda a arte da comunicação não podem conquistar a pessoa humana
naquela profundidade, à qual deve chegar o Evangelho. A respeito de nós diz Pe.
Didimo: "Jesus pregava de dia, de noite rezava". Com esta breve
notícia, ele queria dizer: Jesus devia obter de Deus os discípulos. Isto é válido
sempre. Nós não podemos ganhar os homens.
Devemos obtê-los de Deus para Deus. Todos os métodos são vazios sem o
fundamento da oração. A palavra do anúncio deve estar sempre imersa numa
intensa vida de oração.
Devemos dar um ulterior passo. Jesus pregava de dia, de noite
rezava o que não é tudo. A sua vida inteira foi como mostra de maneira
admirável o evangelho de São Lucas um caminho rumo à cruz, ascensão rumo a
Jerusalém. Jesus não redimiu o mundo com palavras bonitas, mas com o seu
sofrimento e a sua morte. Esta sua paixão é a fonte inexaurível de vida para o
mundo; a paixão dá força à sua palavra.
O próprio Senhor estendendo e ampliando a parábola do grão de
mostarda formulou esta lei de fecundidade na parábola do grão que, ao cair na
terra, morre (cf. Jo 12, 24). Seria fácil demonstrar
isto na história do cristianismo. Desejo recordar aqui apenas o início da
evangelização na vida de São Paulo. O sucesso da sua missão não foi o resultado
de uma grande arte retórica ou de prudência pastoral; a fecundidade estava
relacionada com o sofrimento, com a comunhão na paixão de Cristo (cf. 1 Cor 2, 1-5; 2 Cor 5, 7; 11, 10 s; 11, 30; Gl 4, 12-14). Em todos os períodos da
história verificou-se sempre de novo as palavras de Tertuliano: o sangue
dos mártires é semente.
[...] o reino de Deus exige violência (cf. Mt 11, 12; Lc 16, 16), mas a violência de Deus é
o sofrimento, é a cruz. Não podemos dar a vida a outros, sem dar a nossa vida.
II. Os conteúdos essenciais da nova
evangelização1. Conversão
No que se refere aos conteúdos da nova evangelização deve-se ter
presente em primeiro lugar a inseparabilidade do Antigo e do Novo Testamento. O
conteúdo fundamental do Antigo Testamento está resumido na mensagem de João
Baptista: Convertei-vos! Não se acede a Jesus sem o Baptista; não existe
possibilidade de chegar a Jesus sem responder ao apelo do precursor;
aliás: Jesus assumiu a mensagem de João na síntese da sua própria
pregação: convertei-vos e acreditai no Evangelho (cf. Mc 1, 15). A palavra grega
converter-se significa: reconsiderar pôr em questão o próprio modo de
viver e o comum; deixar entrar Deus nos critérios da própria vida; não julgar
simplesmente de acordo com as opiniões correntes.
2.
O Reino de Deus
A palavra-chave do anúncio de Jesus é: Reino de Deus. O
Reino de Deus é Deus. Reino de Deus significa: Deus existe. Deus vive.
Deus está presente e age no mundo, na nossa na minha vida. Deus é a realidade
mais presente e decisiva em qualquer acto da minha vida, em todos os momentos
da história. [...] o verdadeiro problema do nosso tempo é a "crise
de Deus", a ausência de Deus, camuflada por uma religiosidade vazia.
Anunciar Deus é introduzir na relação com Deus: ensinar a
rezar. A oração é fé em acto. E só na experiência da vida com Deus se manifesta
também a evidência da sua existência. Eis por que são tão importantes as
escolas de oração, de comunidade de oração. Existe complementariedade entre oração
pessoal ("no próprio quarto", sozinhos perante os olhos de Deus),
oração comum "paralitúrgica" ("religiosidade popular") e
oração litúrgica. Sim, a liturgia é, em primeiro lugar, oração; a sua
especificidade consiste no facto que o seu sujeito primário não somos nós (como
na oração privada e na religiosidade popular), mas o próprio Deus a liturgia é actio divina, Deus age e nós respondemos à
acção divina.
3.
Jesus Cristo[...] com certos métodos destila-se da Bíblia um Jesus à nossa medida, um Jesus possível e compreensível dentro dos parâmetros da nossa historiografia. Mas este "Jesus histórico" é inatural, a imagem dos seus autores e não a imagem do Deus vivo (cf. 2 Cor 4, 4 s.; Cl 1, 15). O Cristo da fé não é um mito;
O seguimento de Cristo tem uma meta mais alta: assimilar-se
a Cristo, isto é, alcançar a união com Deus. O homem não se contenta com
soluções abaixo do nível da divinização. Mas todos os caminhos oferecidos pela
"serpente" (Gn 3, 5), que significa pela
sabedoria mundana, falham. O único caminho é a comunhão com Cristo, realizável
na vida sacramental. Seguimento de Cristo não é um assunto de moral, mas um
tema "místico" um conjunto de acção divina e de resposta da nossa
parte.
Nas reconstruções do "Jesus histórico" normalmente o
tema da cruz não tem significado. Numa interpretação "burguesa"
torna-se um acidente em si evitável, sem valor teológico; numa interpretação
revolucionária torna-se a morte heróica de um rebelde. Mas a verdade é outra. A
cruz pertence ao mistério divino é expressão do seu amor até ao fim (cf. Jo 13,
1). O seguimento de Cristo é participação da sua cruz, unir-se ao seu amor, à
transformação da nossa vida, que se torna nascimento do homem novo, criado à
imagem de Deus (cf. Ef 4, 24). Quem omite a cruz, omite a
essência do cristianismo (cf. 1
Cor 2, 2).
4.
A vida eterna
Hoje devemos anunciar a fé com renovado vigor na vida quotidiana. Deus faz justiça, e só ele o pode fazer
por último. [...] o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das
consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. [...]os
"pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as
bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do
juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo
sobre o juízo, sobre Deus-juiz: há justiça. A bondade de Deus é infinita,
mas não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afectada sem verdade. Só
acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso
coração, a nossa vida à misericórdia divina. Vê-se: não é verdade que a
fé na vida eterna torna insignificante a vida terrena. Pelo contrário: só
se a medida da nossa vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o
seu valor é imenso. Se considerarmos bem a mensagem cristã, não falamos de
muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito simples. Falamos de Deus
e do homem e, desta forma, dizemos tudo.
Fonte: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20001210_jubilcatechists-ratzinger_po.html
(acessado em 03/08/2015)
Fonte da imagem: http://www.mondayvatican.com/wp-content/uploads/2012/04/ratzinger_monday.jpg (acessado em 03/08/2015)
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