segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Formação de Catequistas ocorrida em 01/08/2015

A Paz de Cristo!

Dia 01/08/2015 foi o início da catequese e logo após belíssima Missa presidida pela Pe. José Ailton, os catequistas tiveram uma formação na qual o Catequista Dagilson tratou do tema Catequese, abaixo expomos resumidamente o documento proposto ao final da formação chamado: INTERVENÇÃO DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER DURANTE O CONGRESSO DOS CATEQUISTAS E DOS PROFESSORES DE RELIGIÃO. 
Assim, pedimos que todos os catequistas e demais interessados possam acessar este documento por completo clicando aqui: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20001210_jubilcatechists-ratzinger_po.html

Segue resumo apenas introdutório ao documento que deve ser lido por completo para sua plena compreensão:

INTERVENÇÃO DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER DURANTE O CONGRESSO DOS CATEQUISTAS E DOS PROFESSORES DE RELIGIÃO
10 de Dezembro de 2000
 A nova evangelização

A pergunta fundamental de cada homem é:  como se realiza isto tornar-se homem? Como se aprende a arte de viver? Qual é o caminho da felicidade?
Jesus diz no início da sua vida pública:  Vim para evangelizar os pobres (cf. Lc 4, 18); isto significa:  eu sou esse caminho. A maior pobreza é a incapacidade de alegria, o tédio da vida considerada absurda e contraditória.
I. Estrutura e método na nova evangelização
1. A estrutura
A Igreja evangeliza sempre e jamais interrompeu o caminho da evangelização. Celebra todos os dias o mistério eucarístivo, administra os sacramentos, anuncia a palavra da vida a palavra de Deus, empenha-se pela justiça e pela caridade. E esta evangelização dá frutos:  produz luz e alegria, dá o caminho da vida a muitas pessoas;
Todos têm necessidade do Evangelho; o Evangelho destina-se a todos e não apenas a um círculo determinado, e portanto somos obrigados a procurar novos caminhos para levar o Evangelho a todos.
Mas também se esconde nisto uma tentação a tentação da impaciência, a tentação de procurar imediatamente o grande sucesso, de procurar os grandes números. E este não é o método de Deus. Para o reino de Deus e a evangelização, instrumento e veículo do reino de Deus, é sempre válida a parábola do grão de mostarda (cf. Mc 31-32). O reino de Deus recomeça sempre de novo sob este sinal. Nova evangelização não pode significar:  atrair imediatamente com novos métodos mais requintados as grandes multidões que se afastaram da Igreja. Não não é esta a promessa da nova evangelização. Nova evangelização significa:  não acontentar-se com o facto de que do grão de mostarda cresceu a grande árvore da Igreja universal, não pensar que é suficiente que nos seus ramos muito diferentes as aves possam encontrar lugar mas ousar de novo com a humildade do pequeno grão, deixando para Deus quando e como crescerá (cf. Mc 4, 26-29). As grandes coisas começam sempre do pequeno grão e os movimentos em massa são sempre efémeros.
Na história da salvação é sempre Sexta-Feira Santa e, contemporaneamente,  Domingo  de Páscoa...
2. O método
Desta estrutura da nova evangelização deriva também o método justo. Sem dúvida, devemos usar de modo razoável os métodos modernos para nos fazer ouvir, ou melhor:  para tornar acessível e compreensível a voz do Senhor... Não procuramos escuta para nós não queremos aumentar o poder e a extensão das nossas instituições, mas desejamos servir o bem das pessoas e da humanidade dando espaço Àquele que é a Vida. [...]evangelizar não é simplesmente uma forma de falar, mas uma forma de viver:  viver em escuta e fazer-se voz do Pai. "Não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido", diz o Senhor acerca do Espírito Santo (cf. Jo 16, 13). "Não falará de Si mesmo" significa:  falar na missão da Igreja...
Todos os métodos razoáveis e moralmente aceitáveis devem ser estudados - é um dever fazer uso destas possibilidades de comunicação. Mas as palavras e toda a arte da comunicação não podem conquistar a pessoa humana naquela profundidade, à qual deve chegar o Evangelho. A respeito de nós diz Pe. Didimo:  "Jesus pregava de dia, de noite rezava". Com esta breve notícia, ele queria dizer:  Jesus devia obter de Deus os discípulos. Isto é válido sempre. Nós não podemos ganhar os homens. Devemos obtê-los de Deus para Deus. Todos os métodos são vazios sem o fundamento da oração. A palavra do anúncio deve estar sempre imersa numa intensa vida de oração.
Devemos dar um ulterior passo. Jesus pregava de dia, de noite rezava o que não é tudo. A sua vida inteira foi como mostra de maneira admirável o evangelho de São Lucas um caminho rumo à cruz, ascensão rumo a Jerusalém. Jesus não redimiu o mundo com palavras bonitas, mas com o seu sofrimento e a sua morte. Esta sua paixão é a fonte inexaurível de vida para o mundo; a paixão dá força à sua palavra.
O próprio Senhor estendendo e ampliando a parábola do grão de mostarda formulou esta lei de fecundidade na parábola do grão que, ao cair na terra, morre (cf. Jo 12, 24). Seria fácil demonstrar isto na história do cristianismo. Desejo recordar aqui apenas o início da evangelização na vida de São Paulo. O sucesso da sua missão não foi o resultado de uma grande arte retórica ou de prudência pastoral; a fecundidade estava relacionada com o sofrimento, com a comunhão na paixão de Cristo (cf. 1 Cor 2, 1-5; 2 Cor 5, 7; 11, 10 s; 11, 30; Gl 4, 12-14). Em todos os períodos da história verificou-se sempre de novo as palavras de Tertuliano:  o sangue dos mártires é semente.

[...]  o reino de Deus exige violência (cf. Mt 11, 12; Lc 16, 16), mas a violência de Deus é o sofrimento, é a cruz. Não podemos dar a vida a outros, sem dar a nossa vida.
II. Os conteúdos essenciais da nova evangelização
1. Conversão
No que se refere aos conteúdos da nova evangelização deve-se ter presente em primeiro lugar a inseparabilidade do Antigo e do Novo Testamento. O conteúdo fundamental do Antigo Testamento está resumido na mensagem de João Baptista:  Convertei-vos! Não se acede a Jesus sem o Baptista; não existe possibilidade de chegar a Jesus sem responder ao apelo do precursor; aliás:  Jesus assumiu a mensagem de João na síntese da sua própria pregação:  convertei-vos e acreditai no Evangelho (cf. Mc 1, 15). A palavra grega converter-se significa:  reconsiderar pôr em questão o próprio modo de viver e o comum; deixar entrar Deus nos critérios da própria vida; não julgar simplesmente de acordo com as opiniões correntes.
2. O Reino de Deus
A palavra-chave do anúncio de Jesus é:  Reino de Deus. O Reino de Deus é Deus. Reino de Deus significa:  Deus existe. Deus vive. Deus está presente e age no mundo, na nossa na minha vida. Deus é a realidade mais presente e decisiva em qualquer acto da minha vida, em todos os momentos da história. [...]  o verdadeiro problema do nosso tempo é a "crise de Deus", a ausência de Deus, camuflada por uma religiosidade vazia.
Anunciar Deus é introduzir na relação com Deus:  ensinar a rezar. A oração é fé em acto. E só na experiência da vida com Deus se manifesta também a evidência da sua existência. Eis por que são tão importantes as escolas de oração, de comunidade de oração. Existe complementariedade entre oração pessoal ("no próprio quarto", sozinhos perante os olhos de Deus), oração comum "paralitúrgica" ("religiosidade popular") e oração litúrgica. Sim, a liturgia é, em primeiro lugar, oração; a sua especificidade consiste no facto que o seu sujeito primário não somos nós (como na oração privada e na religiosidade popular), mas o próprio Deus a liturgia é actio divina, Deus age e nós respondemos à acção divina.
3. Jesus Cristo
[...] com certos métodos destila-se da Bíblia um Jesus à nossa medida, um Jesus possível e compreensível dentro dos parâmetros da nossa historiografia. Mas este "Jesus histórico" é inatural, a imagem dos seus autores e não a imagem do Deus vivo (cf. 2 Cor 4, 4 s.; Cl 1, 15). O Cristo da fé não é um mito;
O seguimento de Cristo tem uma meta mais alta:  assimilar-se a Cristo, isto é, alcançar a união com Deus. O homem não se contenta com soluções abaixo do nível da divinização. Mas todos os caminhos oferecidos pela "serpente" (Gn 3, 5), que significa pela sabedoria mundana, falham. O único caminho é a comunhão com Cristo, realizável na vida sacramental. Seguimento de Cristo não é um assunto de moral, mas um tema "místico" um conjunto de acção divina e de resposta da nossa parte.
Nas reconstruções do "Jesus histórico" normalmente o tema da cruz não tem significado. Numa interpretação "burguesa" torna-se um acidente em si evitável, sem valor teológico; numa interpretação revolucionária torna-se a morte heróica de um rebelde. Mas a verdade é outra. A cruz pertence ao mistério divino é expressão do seu amor até ao fim (cf. Jo 13, 1). O seguimento de Cristo é participação da sua cruz, unir-se ao seu amor, à transformação da nossa vida, que se torna nascimento do homem novo, criado à imagem de Deus (cf. Ef 4, 24). Quem omite a cruz, omite a essência do cristianismo (cf. 1 Cor 2, 2).
4. A vida eterna
Hoje devemos anunciar a fé com renovado vigor na vida quotidiana. Deus faz justiça, e só ele o pode fazer por último. [...] o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. [...]os "pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo sobre o juízo, sobre Deus-juiz:  há justiça. A bondade de Deus é infinita, mas não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afectada sem verdade. Só acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à misericórdia divina. Vê-se:  não é verdade que a fé na vida eterna torna insignificante a vida terrena. Pelo contrário:  só se a medida da nossa vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso. Se considerarmos bem a mensagem cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo.


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