“A mãe é leite, é calor, é corpo. Ela delimita e dá contorno corporal à criança com o seu toque e seu afeto. O pai é palavra, é abstrato, é conceito; ele veicula algo de espiritual a seu filho”, frase de Alberto Pereira Lima Filho, psicoterapeuta e doutor em psicologia pela PUC-SP, em entrevista para o Destrave sobre a importância da figura paterna para a psique da pessoa. Segundo o psicólogo, a ausência dessa função paterna pode ser desastrosa.
Destrave: Doutor Alberto, qual a importância do pai na psique de uma pessoa?
Dr. Alberto: Ele tem a maior importância, tão grande quanto a importância da figura materna, embora desempenhem funções distintas. O pai tem a função de caminhar na direção da normatização com justiça e justeza. Ele apresenta ao filho o mundo ordenado, ou seja, com farol na esquina, regras, lei e ética. Ele apresenta ao filho a noção de outro, o que determina que o mundo seja regrado. O avesso disso é desastroso, é o que conhecemos como psicopatia, ou seja, a ausência absoluta de senso de limite, de regra e de noção de outro na psique. Por isso, o psicopata mata, rouba, estupra e não experimenta remorso, porque não reconhece o outro como igual.
Dizem que a constituição de uma pessoa – sua personalidade e identidade – são funções do olhar da mãe e da palavra do pai. O olhar da mãe significa que as intervenções maternas são atitudinais, ou seja, ela olha amorosamente para este filho e ele se sente querido e amado, bem-vindo neste mundo. Pela palavra, o pai dá um passo além na constituição desta criança, pois conduz o filho em direção à cidadania. O pai nomeia as coisas para seu filho por meio de sua palavra.
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